segunda-feira, 6 de abril de 2009

Notícias de articulações no Pará

Sociedade participa da elaboração da Conferência de Comunicação

Da Redação
Agência Pará
21/3/2009 16:14

A Conferência Nacional de Comunicação deverá ocorrer em dezembro deste ano. Antes do encontro em Brasília (DF), segmentos sociais e governos realizarão as conferências estaduais. No Pará, o debate está marcado para setembro. “Fale e Lute – I Conferência Estadual de Comunicação: democracia, cidadania e poder na Amazônia” é o tema colocado em discussão no seminário de preparação do evento, promovido neste sábado (21), no auditório do Colégio Souza Franco. Nas conferências preparatórias ao evento nacional, a sociedade definirá o que quer e como pode contribuir com as políticas públicas de comunicação em todo o país.

O público-alvo estimado para a I Conferência Estadual de Comunicação é de mil pessoas, principalmente trabalhadores da comunicação, comunidade universitária, comunicadores comunitários, setores de comunicação de entidades. Comunicação comunitária, liberdade de expressão, direito à comunicação, comunicação para o fortalecimento da democracia, comunicação como inclusão social, cadeias produtivas da comunicação e mercado de trabalho são temas que a conferência deverá discutir.

Antes da I Conferência Estadual estão programadas conferências municipais regionalizadas em cinco territórios. Municípios das Regiões de Integração Guamá, Rio Capim, Tocantins e Rio Caetés se reunirão em Castanhal; do Baixo Amazonas, em Santarém; da Região Metropolitana e Marajó, em Belém; do Tapajós e Xingu, em Altamira, e do Lago de Tucuruí, Carajás e Araguaia, em Marabá.

O projeto do evento foi apresentado pela Secretaria de Estado de Comunicação (Secom), representada pelo secretário Fábio Castro e pelo assessor Willys Lins. Da mesa de abertura do seminário participaram ainda José Sotér, presidente da Associação Brasileira das Rádios Comunitárias (Abraço); Nascimento Silva, da Federação dos Trabalhadores de Rádio e TV (FTERT), e Paulo Santos, do Coletivo da Juventude do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST).

“Essa é a forma de otimizarmos tempo e recursos para garantir a participação dos movimentos de comunicação e cursos de comunicação no Estado. Desde agosto do ano passado estamos em constantes reuniões, para que prevaleça a participação social nas conferências. Por isso, queremos contemplar as 12 regiões de integração do Pará. Precisamos garantir que no Brasil se tenha um debate qualificado da democratização da comunicação”, ressaltou Willys Lins, ao comentar sobre a regionalização das conferências municipais.

O secretário Fábio Castro destacou a importância de não centralizar a discussão de temas específicos dos meios de comunicação, como as rádios comunitárias. “Não desmerecendo o tema, a conferência é, sim, uma oportunidade de discutir as rádios comunitárias, mas precisa ter uma pauta que compreenda a dinâmica de todos os meios, como telefonia móvel, financiamento de publicidade pública, inclusão digital, entre outros”, ressaltou, acrescentando a necessidade de se construir mecanismos de parceria entre o Estado e os movimentos sociais de comunicação.

“A Secom colabora não como indutora da Conferência, mas como parceira. Se o Estado se apropriar do evento, iremos bloquear as tensões inerentes e necessárias entre a comunicação e o Estado”, afirmou Fábio Castro.

Regulação – José Sóter, que também integra a Comissão Pró-conferência Nacional de Comunicação, ressaltou que os meios de comunicação avançaram sem a inclusão da sociedade brasileira. “Nem a sociedade organizada participou do debate sobre o direito às concessões públicas, por exemplo”, disse. Para ele, é necessário discutir a regulação dos meios, que ainda não foi realizada apesar dos avanços tecnológicos dos últimos anos.

Atualmente, há comissões pró-conferência nacional em Estados como Bahia, Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Mato Grosso, além do Distrito Federal. Nascimento Silva contabiliza 16 comissões no país. “Não adianta fazermos comunicação só entre nós. Deviam estar aqui mais de 350 mil se pensarmos proporcionalmente na população de Belém. Mas não estão porque essa agenda não é dos grandes meios, das TVs”, enfatizou.

O representante do MST reforçou que o debate sobre a democratização da comunicação é importante para qualquer país que defenda a justiça. “A Reforma Agrária não é só a terra, mas um conjunto de elementos para se manter o trabalhador no campo, inclusive a informação”, reiterou.

Texto: Fabíola Batista - Secom

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